O objetivo é trazer ao investidor uma seleção de ativos geradores de renda, com fundos imobiliários e ações de empresas que são ou devem se tornar, nos próximos 12 meses, boas pagadoras de dividendos. Para o mês de julho, optamos por realizar três trocas: (i) sai KNCR11 e entra XPML11; (ii) sai B3SA3 e entra VBBR3.
Sobre a Carteira – Explicação sobre os critérios de seleção de ativos
Para a seleção dos ativos e para as movimentações dentro da carteira no futuro, o time de analistas da Inside leva em conta fatores estruturais de longo prazo e fatores qualitativos e quantitativos das empresas. O acompanhamento da carteira é mensal.
Isso não significa que todos os meses faremos alterações, mas sim que estamos constantemente revisitando as teses, a fim de garantir que as nossas melhores sugestões para cada momento estejam dentro da carteira.
Sobre Dividendos – Importância dos dividendos e como são avaliados
Dividendos são parcelas do lucro da empresa que são distribuídas aos acionistas. Ou seja, você investe na empresa, que trabalha e gera lucro, para receber uma parcela dele.
Essas remunerações são pagas em períodos definidos pela empresa, que pode ser anual, semestral, trimestral ou mensalmente. A periodicidade pouco importa, já que o importante é que durante o ano o dividendo pago seja relevante ao acionista.
Um erro muito comum dos investidores é olhar apenas para o Dividend Yield atual da ação para definir se a empresa paga bons dividendos. O Dividend Yield atual leva em consideração os dividendos pagos nos últimos 12 meses pela empresa sem que haja qualquer garantia que esse dividendo será pago novamente no futuro.
Muitas empresas pagam dividendos extraordinários, ou seja, não recorrentes. Isso pode acontecer, por exemplo, quando a empresa vende um ativo. Esse capital que entra na empresa pode ser distribuído na forma de dividendos, mas não é algo recorrente.
Por isso o essencial é entender se a empresa continuará distribuindo dividendos de forma saudável. Sendo assim a nossa estratégia de dividendos leva em consideração o que estimamos daqui em diante.
Ambiente Macroeconômico – Análise do cenário econômico brasileiro e global
Brasil – Detalhes sobre o ambiente macroeconômico brasileiro
No Brasil, houve uma alteração na perspectiva do PIB para 2024 e 2025, influenciada por um fortalecimento do agronegócio e uma redução antecipada da taxa básica de juros, embora se mantenha cautela devido aos efeitos defasados da política monetária restritiva.
A inflação mostrou uma dinâmica mais benigna, especialmente com a redução de itens administrados, como os combustíveis.
A flexibilização da política monetária e a reforma tributária, bem como a melhoria da classificação de crédito do Brasil pela Fitch, são fatores promissores, mas o desafio fiscal ainda é significativo, com metas ambiciosas para o resultado primário e a necessidade de medidas potencialmente impopulares.
Global – Visão sobre o cenário econômico internacional
Apesar de um início de ano pessimista, os mercados mostraram um forte desempenho, impulsionado por uma inflação mais controlada, uma menor probabilidade de recessão nos EUA e resultados empresariais sólidos.
Contudo, ainda há preocupações sobre a inflação acima da meta, uma taxa de desemprego extremamente baixa e os juros em um patamar atípico no mercado americano, além da concentração dos índices de ações em poucas empresas e uma postura de investidores mais propensa ao risco.
Portfólio Sugerido – Apresentação da carteira de investimentos recomendada
Estratégia Renda Clear – Descrição da estratégia adotada
Para o mês subsequente, estamos realizando um rebalanceamento do portfólio, de forma que o risco retorno aos investidores seja o mais atrativo possível. Além disso, optamos por uma troca tática, zerando KNCR11 e B3SA3, para a entrada de XPML11 e VBBR3, na alocação de fundos imobiliários.
| Ticker | Preço Hoje | Preço Justo | Upside | DY (UDM) | Recomendação |
|---|---|---|---|---|---|
| VGIR11 | R$ 124,00 | R$ 130,00 | 4,84% | 8,06% | Compra |
| XPML11 | R$ 106,85 | R$ 113,52 | 6,26% | 8,12% | Compra |
| ITUB4 | R$ 25,65 | R$ 30,00 | 17,04% | 1,68% | Compra |
| KLBN11 | R$ 23,35 | R$ 28,00 | 19,91% | 5,57% | Compra |
| ABCB4 | R$ 17,84 | R$ 21,50 | 20,46% | 5,94% | Compra |
| BEEF3 | R$ 20,43 | R$ 25,80 | 26,28% | 1,96% | Compra |
| BRAP4 | R$ 13,39 | R$ 17,00 | 26,89% | 5,23% | Compra |
| VBBR3 | R$ 22,32 | R$ 26,00 | 16,49% | 3,76% | Compra |
Distribuição da Carteira – Alocação dos ativos por tipo e setor
Distribuição por Tipo de Ativo
- FII: 30%
- Financeiro: 24%
- Papel e Celulose: 12%
- Proteínas: 12%
- Holding: 12%
- Distribuição: 10%
Distribuição por Ativo
- VGIR11: 15%
- XPML11: 15%
- ITUB4: 12%
- KLBN11: 12%
- ABCB4: 12%
- BEEF3: 12%
- BRAP4: 12%
- VBBR3: 10%
Racional do Stock Picking – Fundamentação para a escolha de cada ativo
VGIR11
O VGIR11 é um fundo imobiliário que foca principalmente em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs). Complementarmente, o fundo também investe em ativos de liquidez, incluindo cotas de outros FIIs, letras hipotecárias e de crédito imobiliário, letras imobiliárias garantidas com classificação de risco igual ou superior a “A-“, cotas de fundos de renda fixa, títulos emitidos pelo BACEN, certificados e recibos de depósito a prazo, incluindo CDBs, e operações compromissadas lastreadas em títulos públicos federais.
Destinado a todos os tipos de investidores, o VGIR11 tem duração indeterminada, com gestão ativa. Adicionalmente, uma taxa de performance de 20% é cobrada sobre o rendimento que excede o CDI, provisionada diariamente e paga semestralmente em julho e janeiro.
XPML11
O XPML11 é um tipo de investimento que lida com shopping centers e é gerenciado pela empresa XP Asset. O objetivo desse investimento é fornecer uma fonte de renda constante através do dinheiro que recebe de aluguéis.
Ele faz isso ao comprar partes de shoppings grandes e médios, especialmente aqueles que estão bem localizados ou que podem crescer no futuro. Isso pode ajudar a aumentar o dinheiro que os investidores ganham com o tempo.
A equipe que administra o fundo tem muita experiência com shoppings, o que é uma vantagem. A XP Asset também se esforça para gerenciar o fundo de forma profissional e sempre mostrar claramente quais são os shoppings que fazem parte do investimento. Como o fundo busca trazer renda para seus investidores, ele procura pagar lucros regularmente, que vêm das lojas dos shoppings que fazem parte do fundo.
ITUB4
O Itaú Unibanco é um grande grupo que oferece serviços de dinheiro na América do Sul e em outros 18 países. Eles têm vários serviços, como seguros, bancos privados, cuidar de investimentos, cartões de crédito e ajudar empresas com investimentos.
O banco é conhecido por ser muito seguro e confiável, cuida muito bem do dinheiro que maneja e segue regras de ética. Ele sempre tenta estar à frente, trazendo novidades e melhorando o jeito de atender aos clientes, usando a tecnologia a seu favor.
KLBN11
Com mais de um século de atuação, a Klabin é uma empresa muito importante no seu ramo, produzindo uma grande parte do papel e embalagens no Brasil. Ela é muito forte no mercado e ajuda a proteger os investimentos, já que mesmo em tempos difíceis, ela continua indo bem.
A Klabin consegue mudar sua produção conforme o que está sendo mais pedido ou o que dá mais dinheiro, seja papel para embalagens ou papelão.
A necessidade de papel está crescendo por causa do aumento de pessoas nas cidades, e o uso de papel em produtos do dia a dia como papel higiênico e fraldas. Além disso, com mais gente comprando pela internet, há mais necessidade de caixas e embalagens para enviar os produtos.
E como tem uma preocupação em reduzir o uso de plástico para ajudar o meio ambiente, as embalagens de papel estão se tornando mais populares.
A Klabin se destaca pois é a única empresa no Brasil que faz os três tipos principais de celulose, um ingrediente-chave para fazer papel. Com bons produtos, vendas variadas, eficiência no trabalho e projetos promissores, a Klabin parece estar pronta para atender bem a demanda e crescer junto com o mercado.
ABCB4
O Banco ABC Brasil S.A. é uma instituição financeira voltada para o atendimento de grandes empresas, oferecendo uma ampla gama de produtos e serviços.
Entre os serviços disponibilizados estão contas correntes, linhas de crédito variadas – incluindo consignado, capital de giro e em moeda estrangeira –, crédito rotativo, e especializações como serviços para o agronegócio e financiamento imobiliário. O banco também trabalha com comércio exterior, soluções de pagamento, e internet banking.
A empresa fornece ainda produtos de investimento, como certificados de depósito bancário, letras de crédito e certificados de operações estruturadas. Oferece também assessoria em transações corporativas como fusões e aquisições, e em operações de mercado de capitais, incluindo a emissão de notas promissórias e debêntures.
Fundado em 1983 como Banco Roma de Investimentos, o Banco ABC Brasil mudou seu nome em 1997 e hoje tem sede em São Paulo. É uma subsidiária da Marsau Uruguay Holdings SA.
BEEF3
A Minerva é o terceiro maior frigorifico de bovinos em capacidade de abate no Brasil e segundo maior exportador se destacando pela sua operação geograficamente muito diversificada.
São mais de 25 mil pecuaristas espalhados pela América do Sul que abastecem as 28 unidades industriais da companhia no Brasil, Paraguai, Uruguai, Colômbia e Argentina, o que reduz consideravelmente os riscos de concentração de fornecedores.
Além disso, a diversificação geográfica reduz consideravelmente também os riscos sanitários e o risco climático que são fatores de risco na produção, escoamento e abastecimento da indústria.
Ter unidades de abate e desossa diversificada em outros países é ponto fundamental, o que permite que a companhia mantenha alta utilização da sua capacidade instalada.
BRAP4
Sendo uma das principais sócias da Vale acreditamos na capacidade da gestão continuar mantendo a estratégia “poucas e boas”, se concentrando em ter participação relevante em poucas empresas com boas perspectivas e fortes geradoras de dividendos.
Com histórico de investir em empresas líderes em setores maduros a Bradespar apresenta forte capacidade de distribuição de dividendos, com média de um Dividend Yield de 6,19%/ano nos últimos 10 anos, mesmo distribuindo pouco do lucro da empresa, em média 36% do lucro nos últimos 5 anos.
Acreditamos na sua exposição exclusivamente em Vale, pois a Vale é uma das maiores empresas de mineração do mundo, sendo a líder mundial na produção de minério de ferro principalmente por conta da qualidade do seu produto.
Isso deixa a Vale com uma posição de superioridade frente aos demais competidores, e faz com que países que buscam reduzir a poluição, pela compra de minério de ferro com maior pureza, comprem a produção da Vale.
Além disso, a empresa comercializa metais básicos, majoritariamente níquel e cobre, de elevada qualidade, que tem um potencial de crescimento vindo da crescente necessidade de armazenamento de energia, com o surgimento de carros elétricos e o desenvolvimento da Internet das Coisas.
Então, vemos a Vale como uma ótima opção de investimento no setor de mineração. Por esses fatores e pelo fato de ser uma empresa controlada pelo grupo Bradesco, administrando boa parte do patrimônio da fundação do grupo, acreditamos que a empresa seja uma ótima alternativa para o longo prazo, principalmente focado em recebimento de dividendos.
VBBR3
Vibra Energia, anteriormente conhecida como BR Distribuidora, é uma das principais empresas do setor de distribuição de combustíveis no Brasil. Sua origem remonta à criação da Petrobras Distribuidora S.A. em 1971, como uma subsidiária da Petrobras, empresa estatal de petróleo.
A empresa atuou como um braço estratégico da Petrobras por muitos anos, focando na distribuição e comercialização de produtos derivados de petróleo, como gasolina, etanol, diesel, gás natural, entre outros, além de lubrificantes e produtos químicos.
Em 2017, a BR Distribuidora passou por um processo de desestatização, quando o controle da empresa foi compartilhado com acionistas privados. Já em 2019, a Petrobras vendeu uma parte adicional de suas ações na empresa, perdendo o controle acionário. Isso representou um importante marco na história da empresa, que passou a ter uma gestão mais independente.
Em 2021, a BR Distribuidora adotou uma nova marca e passou a ser conhecida como Vibra Energia. A mudança reflete a intenção da empresa de expandir sua atuação para além dos combustíveis fósseis, mirando um futuro mais sustentável com o desenvolvimento e distribuição de novas formas de energia.
Hoje, a Vibra Energia é relevante no mercado de energia brasileiro, possuindo uma extensa rede de postos de combustível em todo o país, além de atuar no mercado de gás natural e energia elétrica.
A empresa tem buscado inovação e diversificação de sua matriz energética, o que inclui investimentos em fontes de energia renováveis, como biocombustíveis, e em infraestrutura para veículos elétricos.
Apesar de seu legado na indústria de petróleo e gás, a Vibra Energia se posiciona hoje como uma empresa de energia, pronta para enfrentar os desafios do futuro energético.
B3SA3
A empresa é hoje o único player do mercado e que opera de forma totalmente integrada entre todas as atividades exercidas o que permite capturar o máximo de valor possível de seus clientes.
Resultado da fusão entre BM&F, Bovespa e CETIP a companhia se tornou uma das maiores do mundo no seu segmento em valor de mercado atuando em um setor altamente regulado e com grandes barreiras de entrada.
O ponto central da nossa tese está no alto nível de alavancagem operacional da companhia e sua operação verticalizada que beneficia a empresa.
No primeiro semestre de 2021 a empresa atingiu a marca de 3,8 milhões de investidores pessoa física, que aumentaram consideravelmente o ADTV (volume financeiro médio diário negociado) da Companhia.
Com o crescimento da educação financeira no Brasil e aumento do número de plataformas digitais de investimentos, o acesso deve ficar cada vez mais difundido entre os investidores.
Além disso, a empresa é referência em desenvolvimento de tecnologias que permitem o bom e seguro funcionamento do mercado e tem se movimentado para se especializar cada vez mais em inteligência artificial para negócios buscando entrar em novos mercados, auxiliando não só o segmento financeiro, como abrir uma avenida de crescimento em novos mercados, variando sua receita e diminuindo riscos através de M&A’s e parcerias estratégicas.
Apesar de um ambiente desafiador, com Selic em alta e maior apelo da renda fixa para o investidor individual, vemos a B3 caminhando em direção à um ambiente ainda mais diversificado em relação às linhas de negócio.
Além disso, o modelo de negócio já conta com bom nível de diversificação nas fontes de receita, o que permite uma migração de volumes entre ações, derivativos e balcão, tornando os resultados menos voláteis em relação às mudanças no nosso cenário doméstico.
É a B3 a grande responsável por garantir que todos os negócios serão honrados através da câmara de compensação e ao mesmo tempo que isso pode ser um risco para a própria B3, se torna uma segurança em relação à sua importante função para o mercado de capitais como um todo.
Síntese final e perspectivas futuras
Com base na análise detalhada do cenário econômico brasileiro e global, bem como nas perspectivas de retorno e geração de dividendos de cada ativo, recomendamos a composição da carteira RENDA CLEAR proposta acima.
Acreditamos que essa estratégia proporcionará aos investidores uma combinação atrativa de renda e valorização no longo prazo, aproveitando as melhores oportunidades nos segmentos de fundos imobiliários, bancos, papel e celulose, proteínas, holdings e distribuição de energia.
Reforçamos que acompanharemos continuamente o desempenho da carteira e realizaremos ajustes conforme necessário, sempre visando maximizar os rendimentos dos investidores dentro do perfil de risco estabelecido. Estamos à disposição para qualquer esclarecimento adicional.
FAQ
1. Qual é a estratégia por trás da seleção de ativos da carteira RENDA CLEAR?
2. Como é feita a avaliação dos dividendos das empresas?
3. Com que frequência a carteira é reavaliada?
4. Como a carteira está posicionada em relação ao ambiente macroeconômico atual?
5. Qual é a estratégia de diversificação adotada na carteira?
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